quinta-feira, 19 de abril de 2007

Da Venezuela. La mirada inocente sobre Francia

"Esta es mi “inocente mirada” sobre unas elecciones que considero de altísima importancia, que trascienden el marco francés y que apuntan a una redefinición de la política misma. O Francia se queda donde está o Francia se pone a la cabeza del siglo XXI, así de sencillo."

Teódulo López Meléndez*

Luis de Lion y Elizabeth Burgos han analizado brillantemente las elecciones francesas. El dossier de www.webarticulista.net sobre el tema es excelente. Aún así me gustaría decir algunas cosas, las que llamo “mirada inocente”, por la sencilla razón de provenir de un extranjero que, claro está, no votará.

Ségolène Royal es mi primera opción de voto. Las razones son varias: en primer lugar, por su valentía en asumir las posiciones teóricas levantadas por muchos intelectuales en defensa de una democracia del siglo XXI. La segunda, por ser una mujer, una de estos tiempos que convive con el padre de sus hijos, que tiene sobre sus hombros la responsabilidad de ser la primera candidata a la presidencia de su país y por considerar –lo que parece no piensa una buena parte de los franceses- suficiente experiencia para el cargo. A veces se considera que un líder carece de madurez para una posición por algunos tambaleos durante su campaña: la señora Royal los ha tenido, pero nadie puede dudar que aprendería rápidamente, que se transformaría al asumir el cargo.

La segunda opción es Bayrou, por afinidades intelectuales, por su pasión por la literatura, por su posición centrista que, a mi modo de ver, aporta interesantes matices a la política francesa.

No me gusta Sarkozy porque encarna la continuación de una política, la inmovilidad de Francia en sus actuales estamentos y porque me molesta su acercamiento a Le Pen en procura de algunos votos de la extrema derecha.

Jamás había estado tan de acuerdo con el ex Premier Rocard cuando apunta a un entendimiento entre Royal y Bayrou. Si las encuestas son fieles Sarkozy y Royal irán a la segunda vuelta. Royal más Bayrou deben ponerse de acuerdo, pero quizás el principal enemigo de la candidata está en el seno del Partido Socialista, donde no terminan de tragar que una mujer haya derrotado a los líderes históricos, que nunca haya sido primer ministro y menos sus posiciones que rompen con las argucias y estamentos tradicionales. Un acuerdo con Bayrou les parece pecado, pero mucho me temo, para pesar de los grandes capistrotes socialistas, que la señora Royal buscará ese entendimiento muy a pesar de los viejos líderes, si es que logra entrar a la segunda vuelta.

Las encuestas apuntan a una victoria de Sarkozy. Si es así, no habrá pasado nada en el interior de Francia, a no ser el endurecimiento de algunas medidas anti-inmigración, aunque sí algunas cosas en Europa: se opondrá a la integración de Turquía en la Unión Europea, un proceso que casi me atrevo a llamar inevitable. Si Ségolène Royal gana Francia habrá hecho honor a su tradición histórica de ser campeona de los nuevos aires: una mujer en la jefatura del Estado, un líder abierto a las nuevas corrientes del pensamiento, un aire nuevo y revitalizante de la discusión pública, una pareja extraordinaria con la canciller alemana Angela Merkel, lo que daría a Europa un gran impulso al consolidar el eje franco-alemán que mueve a la Unión Europea. La incorporación de Bayrou al gobierno daría el toque de equilibrio y hasta de intelectualidad, una presencia reconfortante para lo que he insistido en llamar, desde mis posiciones teóricas, la superación de las viejas dualidades que nos permitan vivir y convivir con la incertidumbre de estos tiempos.

Esta es mi “inocente mirada” sobre unas elecciones que considero de altísima importancia, que trascienden el marco francés y que apuntan a una redefinición de la política misma. O Francia se queda donde está o Francia se pone a la cabeza del siglo XXI, así de sencillo.

*Escritor venezolano

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Assinar de cruz? Complicação para António Braga...

Pergunta Fernanda Leitão: Quando é que António Braga mentiu, em Toronto ou em Lisboa? Com que critério avaliou os nomes e a situação anticonstitucional que lhe era apresentada? Que competência científica e provas dadas têm esses dois amigos da Directora Regional das Comunidades? Algum deles tem investigação feita sobre o fenómeno do ensino de português? Ou algum projecto para o ensino da língua? Ou, pelo contrário, vão apenas ocupar um “tacho” e servir prazenteiramente as vontades e caprichos da governante sua amiga? Onde é que fica o Governo da República no meio disto tudo?


CARTA DO CANADÁ
Fernanda Leitão

AS CAUSAS DO ATRASO

Nos últimos meses, com visível preocupação, e até alguma ansiedade, o Presidente da República, o Primeiro Ministro, alguns membros do governo, empresários de velho pedigree, intelectuais dignos desse nome, o herdeiro do Trono Português, académicos de imaculado curriculum, escritores que ficarão e pessoas de garantido bom senso, vêm reiteradamente afirmando que é alarmante o abandono escolar, a falta de habilitações, a ausência de qualificação profissional de uma grande parte do povo português. Têm razão, porque se trata de um facto incontornável e porque, sendo o mais pobre do clube de países ricos a que pertence, embora possa parecer rico quando comparado com povos vivendo as agruras da miséria, Portugal tem pela frente desafios de tal modo sérios, daqueles que exigem a um tempo elevada competência e absoluta honestidade, para poder contar com uma mobilização nacional, que, se falhar, compromete o futuro da Nação para umas largas dezenas de anos. Toda uma geração jovem ficaria esmagada e traída.

É tudo isto tão grave e urgente, que causa escândalo verificar como, em alguns sectores da vida nacional, o empenhamento dos que lutam está a ser sabotado, na prática, por uma camada política que parece saída da famigerada “geração rasca”. Ora este facto tem de ser denunciado, infatigavelmente, “até que a voz nos doa”, porque a ignorância traz a dependência e esta arrasta consigo a corrupção, o crime em geral e o subdesenvolviento crónico. Se cada um de nós não erguer a voz em relação ao que se está a passar, Portugal ficará reduzido a um sítio de malteses.

Teve lugar há dias, em Montréal, o habitual Encontro de Professores de Português do Canadá e Estados Unidos da América. O Instituto Camões e a Escola Superior de Educação fizeram-se representar por uns teóricos que, por não fazerem a menor ideia do que se passa na emigração, ficaram sem resposta para dar às perguntas concretas dos professores. Nenhum deles tinha feito o trabalho de casa.

Acresce que, como é rotineiro, os membros da Associação de Professores reuniu, em privado, para eleger os novos corpos gerentes, tendo-se verificado uma rasteirice protagonizada por um rapaz de New York que trabalha em part ime numa revista e é professor de português em part time, sem ser formado na nossa língua: rapou de um papel e propôs a presidência da direcção para um compincha da Califórnia e a vice-presidência para si próprio, logo contando com uma combinada falange de apoio vinda dos Estados Unidos, e a coisa foi votada assim, sem o debate generalizado que se queria.

Passado o efeito de choque, alguns dos presentes, bem informados, começaram a contar em voz baixa que, há cerca de um mês atrás, uma representante do Governo Regional dos Açores, no caso a Directora Regional das Comunidades, foi ao Ministério dos Negócios Estrangeiros propor a nomeação de dois coordenadores do ensino de Português para os Estados Unidos: um para a costa oeste, Dinis Borges, justamente o compincha da Califórnia, amigo muito chegado da governante que, diga-se já, é uma senhora muito simpática e muito dada, e é membro do Conselho das Comunidades, escondendo mal a ambição que o consome. Para a costa leste, apontou o nome de António Oliveira, o castiço vice-presidente, que na revista não tem feito mais do que promover o seu compincha da Califórnia. É uma espécie de apoderado.Também o da costa oeste dá aulas de português, provavelmente no intervalo das viagens e das galopinagens políticas, mas não tem formação específica da nossa língua, licenciatura, mestrado ou doutoramento, que o recomendem para uma coordenação. Terá apenas a seu favor o português aprendido num seminário açoriano nos seus verdes anos.

Escusado é dizer que estes desabafos se propagaram como fogo na palha, até porque estavam presentes professores de várias províncias do Canadá que, depois de terem “lavado” a cara a alguns colegas dos States, foram portadores destas novas para o exterior. É bom que se diga que tudo a Directora Regional das Comunidades Açorianas participou do Encontro de Professores.

Esperava-se que o secretário de estado das Comunidades fizesse notar à enviada do Governo Regional duas coisas evidentes e básicas: a Educação é pelouro nacional e não regional, e ele mesmo, quando há pouco tempo esteve no Canadá, garantiu que todos os admitidos, para ensinar ou coordenar, teriam de fazer concurso, aberto a todos os interessados no país e fora dele.

Mas não respondeu isso.

Ficou de pensar no assunto e, entretanto, sabe-se nos bastidores que o governo de Sócrates, neste caso (mal) representado pelo secretário de Estado das Comunidades, se prepara para assinar de cruz as nomeações. Se isto não é uma solapada sabotagem ao esforço de vários para a educação real, efectiva, e não de faz de conta, dos portugueses no interior do país e nas comunidades emigrantes, então todas as palavras já perderam o seu peso e valor. Tanto mais, o que é grave, ter exigido concurso para Espanha, por exemplo.

Quando é que António Braga mentiu, em Toronto ou em Lisboa? Com que critério avaliou os nomes e a situação anticonstitucional que lhe era apresentada? Que competência científica e provas dadas têm esses dois amigos da Directora Regional das Comunidades? Algum deles tem investigação feita sobre o fenómeno do ensino de português? Ou algum projecto para o ensino da língua? Ou, pelo contrário, vão apenas ocupar um “tacho” e servir prazenteiramente as vontades e caprichos da governante sua amiga? Onde é que fica o Governo da República no meio disto tudo? Se os lugares agora são distribuídos por meia dúzia de pseudo-defensores da língua, em troca do “tacho”, de uns livros (mauzinhos) publicados pela Direcção Regional das Comunidades Açorianas, umas viagens pagas com mordomias várias, como é que vão explicar isto aos emigrantes portugueses residentes no Norte da América? Que governo é esse, que já passou pela secretaria de estado duas vezes, depois de o PSD ter andado por cá a fazer asneiras mais de 20 anos, que não sabe que há nestas comunidades pessoas muito mais qualificadas?

É assim que o Governo Regional dos Açores esbanja o dinheiro público, o dinheiro que por direito pertence ao povo? Há quantos anos anda esta senhora a esbanjar dinheiro do povo nestas folestrias sem outro sentido que não seja a sua promoção e a dos seus mais próximos amigos? A tal ponto que se diz em Toronto que a Pátria tem dois grandes Vascos: o da Gama, que descobriu o caminho marítimo para a India, e um videirinho que anda por aí desde os tempos de servidão ao Partido Comunista, cujo descobriu o caminho directo para os dinheiros públicos açorianos... Tem sido uma corte comprada a peso, e bem pesada fica a quem paga impostos em Portugal, que quando esses governantes caírem, logo pula para outro galho jurando nunca ter gostado dos anteriores.

Como se, nos Açores, não houvesse exclusão social, bolsas de pobreza, necessidades de toda a ordem.

E depois vêm com a léria do costume, são bocas maldosas dos “cubanos”, que é como eles chamam aos continentais... Nós não somos parvos nem cegos. E por não sermos, queremos saber se os poderes constituídos pensam modernizar o país, tirar o país do impasse em que está, com gentinha desta metida na política.